Uma cidade que cresceu em todas as direções

Nos últimos 15 anos, o Rio ganhou 146.099 novas unidades residenciais e 34.523 comerciais. O metro quadrado do imóvel em construção passou de R$ 2.288 para R$ 8.578, uma valorização de 275%. E os lançamentos que se concentravam em apenas seis bairros, hoje se espalham por toda a cidade. Desde 2000, 71 bairros viram novos empreendimentos serem erguidos em seus terrenos. A Zona Oeste concentra nada menos que 70%. Só na Barra, ficam 24% dessas unidades.

 

Mas, as construções aconteceram em todas as regiões da cidade, como mostra o levantamento feito com exclusividade para o Morar Bem pela Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário do Rio, que entrega amanhã, pelo 15° ano, o prêmio Destaque Ademi.

 

- Isso mostra que a cidade cresceu em todas as direções. A Zona Oeste se mantém no primeiro lugar por ser a região com mais vazios urbanos. Mas, a partir do momento que a cidade cria infraestrutura em outros locais, o empresário da construção civil vai atrás de oportunidades nesses lugares. Não conheço nenhum construtor que não tenha interesse no Méier, na Tijuca, no Cachambi - garante João Paulo Matos, presidente da Ademi-RJ.

 

 

De fato, a Zona Norte, citada por Matos, vem em segundo em número de lançamentos nesse período. Foram 38.661 novas unidades. A maior parte delas (5.641) na Tijuca. Mas os lançamentos se espalharam por vários bairros, chegando a recantos antes esquecidos pelo mercado imobiliário como Vila da Penha, Madureira e Irajá.

 

Na Zona Sul, Botafogo é de longe o bairro que mais ganhou novos prédios. Foram lançadas 3.993 unidades entre comerciais e residenciais. Uma revolução no bairro que, claro, afeta diretamente os preços. O metro quadrado que em 2000 era de R$ 3.333, chega hoje a R$ 15.702, um aumento de 371%, bem acima da média da cidade. Mas há bairros onde a valorização foi ainda mais forte. No Cachambi, chegou a 502%. No Méier, a 467%. E, na Tijuca, a 461%. A Barra, bairro com maior número de lançamentos no período (43.405), teve uma valorização de 423% no metro quadrado do imóvel lançado. E, no Recreio, a valorização foi de 396%.

 

Para Matos, números que mostram a força do mercado imobiliário como investimento:

 

- A longo prazo, investir em imóveis é sempre um bom negócio. Claro que aquele momento de euforia de 2011 já passou, assim como o período de valorização muito acima da média.

 

Este ano, até 27 de novembro, quando foi feito o levantamento da Ademi-RJ, haviam sido lançadas só 14.769 unidades na cidade. Um número próximo ao de 2009, justamente o último antes do boom imobiliário, quando o mercado passou a lançar 20 mil unidades anuais e os preços passaram por uma supervalorização.

 

- 2014 foi um ano difícil, marcado por Copa, eleições, escândalos em série. A gente está vivendo um momento complicado da economia. Mas, acho que isso é algo pontual - analisa Matos, que acredita também na retomada das vendas. - Não tem nenhum fundamento que impeça as pessoas de comprarem imóvel: há demanda e crédito, o emprego continua estável e o aumento dos juros não foi significativo a ponto de influenciar a prestação da casa própria. Mas as pessoas perderam o senso de urgência. E têm preferido esperar para ver o que vai acontecer.